Como já vos disse, passei por uma experiência que poderia ter sido muito traumática para mim, mas que no fim correu bem, e acabou por ser mais uma história para contar...
Perguntei aqui no Hotel se havia por aqui um bom cabeleireiro, eu já estava mesmo a precisar, e o 'concierge' disse-me que mesmo ao lado havia um....
- Hmmmm! - disse eu -Mas é um bom cabeleireiro? É que nesta rua há tantos!! E pensei para os meus botões que nenhum dos que tinha visto me tinha agradado...
Para minha surpresa ele respondeu-me: - É o cabeleireiro onde eu vou cortar o cabelo!
Eu não consegui evitar e olhei imediatamente para o seu corte... Só que ele é um rapaz novo, com um cabelo mais forte e mais volumoso do que eu, sem aquelas entradas que chegam com a idade, e além disso estava cheio de gel... Pensei que talvez pudesse ser uma opção... mas pelo sim, pelo não fiz a rua toda a pé para ver se não encontrava um melhor!
O pior é que nenhum dos muitos cabeleireiros que vi tinha melhor aspecto, parecia que tinham parado no tempo por volta dos anos 60, alguns deles quando viam que eu estava a olhar para dentro faziam-me sinal para entrar (são umas técnicas comerciais mais agressivas), e alguns deles, usavam uma máscara na cara, o que me incomodou um pouco (mais uma diferença cultural)...
Já quase a desistir, lá acabei por passar em frente ao cabeleireiro ao lado do Hotel que tinha um grande 'Welcome' na porta onde estava um grupo de homens a falar divertidamente. Quando estava a olhar para dentro, ouço uma voz atrás de mim "Do you want to cut the hair?"...
Já não havia nada a fazer, não tinha encontrado nenhum que me agradasse, e ao perguntarem-me tão directamente se queria cortar o cabelo... tive que dizer que sim... Entrei a medo! Ai o meu rico cabelinho!!! O ambiente parecia um pouco de café... Todo o mundo se conhecia, falavam alto, na TV passava um jogo de futebol... Ora me estava a cortar o cabelo, ora estava a falar com o pessoal da cadeira atrás...
No fim, correu bem! Fiquei com um corte normal, e ainda tive uma conversa interessante dentro dos limites linguísticos do simpático cabeleireiro sírio, que não conhecia Portugal, mas conhecia o Cristiano Ronaldo, no entanto preferia o Messi! E por hoje é tudo... Até amanhã...